Desmotivação sem sentido
Gregório José
Como conquistar os nossos alvos? Como trocar as lágrimas pelos risos? As escolhas estão diante de nós, mas Deus está conosco. O problema é que, nossa cegueira para as coisas boas do mundo nos torna míopes,zarolhos, caolhos para o que é belo e necessário. Queremos tantas coisas, que são desnecessárias e deixamos passar por nossos dedos, as mais importantes. Você já parou para conversar com seu vizinho? Sabe quem ele é, de onde veio e onde trabalha? Você já conversou com o porteiro do prédio onde mora ou trabalha? Já cumprimentou o feirante que lhe vende frutas e verduras todas as semanas, o dono do sacolão, ou seu funcionário? Já se entreteve na porta de sua casa vendo as crianças brincarem ou está naquela fase de se irritar com a bola que cai em seu quintal? Já esqueceu que foi criança um dia e brincou da mesma maneira. Já esqueceu que dizia aos seus pais: “já vou”, “peraí”, “to indo”? Ah! Nossa memória é fraca. O que lembramos é aquilo que nos interessa. Todas as semanas fazemos a mesma coisa e, no fundo, queremos ter a atenção de todos. Queremos ser os primeiros a ser atendidos, mas os últimos a estender a mão. Ficamos desmotivados por nossa velha desculpa, mas colocamos a culpa no tempo. No trabalho, nos filhos, na casa para arrumar. Se virmos alguém sentado em frente á uma televisão, sentado em uma praça, jogando baralho, dama, dominó criticamos: são desocupados. Mas, no fundo queríamos estar ali, também. Só que somos orgulhosos demais para reconhecer. Não faz sentido deixarmos a vida passar em nossa frente e ficarmos criticando o outro por nossas tristezas, nossas paixões frustradas e nossa vontade de só querer e não fazer. Mudemos já o nosso comportamento, corramos em dia de chuva com pés descalços, brinquemos de pipa, pião, de roda. Voltemos a ser crianças e a rir de tudo que é engraçado. Vamos voltar a viver, verdadeiramente, sem “stress”, sem depressão, sem amargura e sem dor.
Radialista e jornalista