Escola do Legislativo promove palestra “O protagonismo da mulher na gestão pública”
O Brasil,informou Marlise Matos, no contexto da ALC (Câmara Baixa) para o ano de 2011, não foi classificado em nenhuma posição de liderança, pelo contrário, está figurando em antepenúltimo lugar com modestos 8,6%, perdendo no contexto das Américas apenas para o Panamá, que tem 8,5%. Segundo Marlise Matos, ao longo de 70 anos (1936-2006) a representação feminina passou de parcos 1% para algo entre 8 ou 9%, ou seja com todas as intensas e duradouras transformações políticas, econômicas, sociais e culturais ocorridas no Brasil, ao longo do mesmo período, é extremamente desproporcional a participação político-institucional das mulheres, contrastando, inclusive, com a sua maior presença em várias outras áreas.
A professora Marlise Matos considera que a situação brasileira é de um carreirismo político baixo, individualista e freqüentemente extra-legislativo, onde as lideranças partidárias nacionais possuem pouco controle sobre as carreiras legislativas, sendo então que os partidos políticos, do ponto de vista eleitoral, demonstram uma condição de fragilidade diante de personalidades onipresentes. Mas, disse Marlise Matos, mudanças importantes já foram conquistadas e os partidos têm de, necessariamente, manter a proporcionalidade, preenchendo um mínimo de 30% e um máximo de 70% por sexo na lista de candidatos.
Os principais argumentos utilizados para a defesa da existência de mais mulheres no trabalho político, amplamente utilizado na literatura especializada, apresentados por Marlise Matos, são: as mulheres tendem a enfatizar e lutar mais pela justiça social e contra as desigualdades; tendem a fazer um uso ótimo e mais eficiente dos recursos disponíveis; mais mulheres no poder dariam maior legitimidade democrática, pública e política ao país, estado e municípios e; existem, efetivamente, contribuições únicas e particulares que apenas as mulheres poderiam trazer para a política. E, ressaltou Marlise Matos, que o problema enfrentado é multideterminado e multidimensional e nenhuma ação, isoladamente, será capaz de “resolver” o déficit de representação política das mulheres brasileiras, sendo necessária a construção de um conjunto sistêmico e ampliado de ações para o enfrentamento do “problema”.
Eithel Lobianco Junior
Jornalista CMU- 8186
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