Qual seria o seu momento?
Gregório José
A vida é engraçada, triste, alegre, cômica, pesada, depressiva, induzida, intuitiva. Bons, diversos sinônimos poderiam ser ditos para decifrar, descrever, enumerar a nossa vida. No entanto, passamos tanto tempo desperdiçando o nosso tempo com coisas inúteis que nem percebemos ele chegar, passar e levar as nossas forças, nossa beleza, nossos sonhos.
E, foi pensando neste momento que me veio á mente uma indagação. Imagina chegar do outro lado da vida ou, pós-morte, e ser recebido por alguém que nos dissesse:
- Você poderá entrar aqui com apenas um dos seus momentos nesta vida. Qual momento você escolhe?
Aí eu ficaria horas, dias, semanas, talvez meses ou anos relembrando todos os meus momentos para escolher um. O dia em que nasci? O dia em que vislumbrei o rosto de minha mãe ou meu pai? O dia que dei a primeira gargalhada? Ou será o que eu andei? O que aprendi a andar de bicicleta, que maravilha. Não, acho que foi o dia em que entrei na escola pela primeira vez, eu queria tanto ir, assim como minhas irmãs faziam. Carregavam suas lancheirinhas e cadernos em uma pastinha. É isso. Não! Espere, teve uma outra vez que acho que foi melhor: quando fiz a primeira comunhão. É isso. Aprendia a vida de Jesus, chorei, acompanhei o drama, me penalizei com os fatos. Fiquei dias pensativo sobre aqueles fatos. Mas, no dia da comunhão o padre falou bravo com todos e fiquei chateado. Acho que não foi a primeira comunhão.
Acho que foi o dia em que, levando minha irmã para a escola, encontrei mais de um salário mínimo no chão. Foi uma festa lá em casa, ainda mais quando meus pais tinham feito o último arroz, branco, sem mistura no almoço. Cada um ficou com um Cruzeiro (daqueles antigos, da década de 70).
Talvez pode ser aquele dia que recebi o primeiro salário. Nossa! Quanto dinheiro junto de uma só vez em minhas mãos. Meu. Não, meu não. Minha família era pobre e precisava daquele dinheiro. Ele nem esquentou em meus bolsos. Mas foi a Glória. Eu tinha meu próprio salário.
Bem, este foi bom, mas teve o dia em que minha esposa se tornou minha namorada. Ela disse que “já estamos namorando. Não precisa dizer que aceito ou não te namorar”.
É este foi um dia importante na minha vida. Mas, espere! Tem o dia que me casei. Ufa! Uma nova vida, uma nova família, um novo jeito de viver.
Espere, teve o dia que nosso primeiro filho nasceu. Que felicidade. Uma nova vida junto à nossa. Isso é felicidade. E quando chegou a filha, oito anos depois. Nossa! Foi o máximo. Um casal.
Olha, acho que temos muitos momentos especiais que gostaríamos de levar conosco. Por isso, se aparecer um Ser perguntando qual momento seria especial a entrar no mundo dos espíritos, teria que retornar à vida para ir anotando, ir avaliando, vivendo mais, sorrindo mais e amando mais.
Descobri que meu momento especial é aquele que vivo agora, neste momento.
Jornalista e Radialista
Gregório José - 8817-8845
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