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quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Gregório José


Shopping Fire
 Gregório José
 Nas última semanas temos acompanhado casos de incêndio em residências do Shopping Park, bairro na Zona Sul de Uberlândia e que recebeu, em diversas etapas seus mais de 5 mil proprietários. O sonho da casa própria vem se transformando em pesadelos ali desde que aconteceu a entrega gradativa dos imóveis. A demora na entrega das habitações levou a invasão de algumas delas. Justiça, polícia, desocupação. Todos fatos ocorridos.
O que era pra economizar para as famílias carentes acabou se tornando despesas. Isso mesmo. O aquecedor solar para banhos não funcionou a contento. Primeiro porque o uberlandense, mesmo em clima quente e tempo seco prefere um banho quente, mas quente mesmo. E o que acontece é que o tal aquecedor funciona, mas não com a intensidade que o morador deseja. E mais, o primeiro a tomar banho pega a água quente, o segundo mais ou menos e, o quarto ou quinto, que é o caso, já pega água fria. Então o que fazem? Ligam diretamente o chuveiro que tem maior consumo na rede do imóvel. O problema está feito. As polegadas da fiação não suportam a carga e, banhos um atrás do outro vai superaquecendo e torrando as capas dos fios. Uma hora vai derreter por completo.
Aí me lembro do chamado “Menor Preço Global”. Hum! Termo surgido para evitar que entes públicos (prefeituras, governos estaduais e federal) comprassem produtos superfaturados em grandes aquisições. Ótimo, mas nem tanto. O problema é que este menor preço não garante qualidade dos produtos. Isto mesmo. É sabão e detergente que não espuma e não rende (o barato sai caro); qualidade de alimentos inexistentes em alimentos escolares (feijão carunchado e murcho, arroz quebradiço, carnes re-embaladas, produtos com data de validade no término, enfim, um horror para quem vai consumir), mas o menor preço foi praticado.
Isso também ocorre em grandes obras.
Empresas vencem licitações com menores preços, mas a qualidade do serviço deixa a desejar. Lembro que a demora na entrega das casas do Shopping Park e que provocaram invasões foi motivada pela falta de mão-de-obra no setor da construção. Tanto é verdade que o Sinduscon e a Fiemg fizeram cursos e mais cursos para profissionalizar pessoas para o mercado que carecia do trabalhador.
Ora, se a construtora adquiriu produtos certificados pelo InMetro fez certo, mas, e o usuário final, sabia disso? Afinal, pagando barato ou não ele comprou um produto. Não seria hora de mudar os conceitos do Menor Preço Global para o Melhor Produto Final?
Por enquanto os vereadores deveriam propor a mudança do nome do bairro para Shopping Fire, porque o Park ainda está por desejar.
 

Radialista e Jornalista

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