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sábado, 1 de março de 2014

ESPECIAL CARNAVAL

ESPECIAL CARNAVAL

A “Loba” vai retratar as tribos indígenas no Brasil

            Com o compromisso de levar reflexão às pessoas sobre a situação dos índios no Brasil, a escola Garotos do Samba será a última a desfilar no domingo. O enredo “Tribos Brasil – Sou índio, Sou Brasil” vai retratar a Lei 11.645 de 2008, que trata da obrigatoriedade de se manter o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígina nos ensinos fundamental e médio das escolas públicas e privadas.
            De acordo com Pedro Barbosa, relações públicas da escola, a direção da Garotos dos Samba quer reforçar a necessidade de introduzir nas grades curriculares as culturas indígenas existentes no Brasil. “O momento é propício para chamar a atenção das pessoas e das autoridades. Através da alegria e do contagiante clima de carnaval, podemos fazer a diferença”, disse Barbosa.
            O público vai ver na Passarela do Samba uma escola bastante colorida e com algumas diversidades que o enredo proporciona. São em torno de 600 componentes entre jovens, crianças, adultos e a velha guarda que estão prontos para levantar os foliões nas arquibancadas. O presidente Otávio Afonso Júnior está otimista e espera conquistar mais um título. “Estamos apostando na força, na garra e na dedicação da nossa comunidade. Temos uma longa história de união e perpetuação dos membros da Garotos do Samba que vivem na comunidade. Temos a alegria e determinação de quem quer solidificar uma história”, disse.
            A “Loba”, como é chamada, vai levar para o “sambódromo” de Uberlândia 16 alas, quatro ou cinco carros alegóricos, brilho e a tradicional bateria que conserva um batido diferenciado. Segundo Barbosa, eles já conquistaram 16 títulos oficiais e sete do júri popular. A origem da escola é do bairro Martins. No princípio, se reuniam na rua Melo Viana, hoje têm sede própria na rua Alfredo Júlio onde será tombado como patrimônio público.
            Otávio Júnior faz questão de destacar que a “Loba” também desenvolve projetos sociais voltados para a formação de jovens nas áreas da educação e social. “Somos uma escola de tradição, de raiz e procuramos preservar isso até mesmo para fortalecer nossa cultura”, enfatizou.

Origem

            A Escola Garotos do Samba é originária do bairro Martins, mas os fundadores, como Otávio Afonso, conhecido como “Bolo” e outros membros passaram por diversas dificuldades.
            Barbosa relembra que no início, na década de 60, a comunidade não podia nem ouvir falar em samba, música e escola. “Eles ficavam irritados, ameaçaram expulsar os arruaceiros do bairro, da região. Aos poucos, a comunidade começou a se entrosar e a conhecer mais esses idealizadores de samba, de carnaval e começaram a estreitar as relações. Hoje, quanta mudança, quanto carisma. A Garotos do Samba é o povo, é a comunidade do Martins”, esclareceu.
            Pedro Barbosa lembra que o mascote da escola - a Loba – surgiu no ano de 1970, quando o jornalista e locutor oficial do carnaval na época Ademir Reis foi anunciar a entrada da escola na avenida. Em virtude da bateria ter adotado uma pegada, uma batida diferenciada durante as apresentações, o locutor empolgou-se e anunciou: “E agora a Garotos do Samba, com o seu batido diferente, parecendo uma devoradora, o chamado de uma Loba....”. Barbosa conta que o público se identificou com isso e a partir daí, caracterizou-se: Garotos do Samba – a escola da Loba.
           
História

Fundada em 1955 e com as cores predominantes do verde, branco e azul, a Garotos do Samba surgiu no bairro Martins. Tem sua origem na antiga Pavão Dourado nos anos 50, quando desfilou pela primeira vez dirigida por Eugênio Silva, depois foi a vez de Otávio Afonso – o “Bolo”.
Detentora de inúmeros títulos no carnaval de Uberlândia, ganhou seu primeiro troféu em 1956, ainda sob o nome de Pavão Dourado. Conquistou um tricampeonato do carnaval de Uberlândia nos anos 1997/98/99.
Embora seja originária do bairro Martins, o nome de batismo “Garotos do Samba”, surgiu após a defesa do enredo “Garotos do Bairro da Cidade Industrial”.

Cássia Bomfim
Cultura

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