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quarta-feira, 3 de abril de 2013

Gregório José


Eu te vejo, mas não te enxergo
 
Gregório José
 
A frase acima parece esdrúxula ou equivocada, mas não é. Isso mesmo! Quantas vezes vemos alguma pessoa e não a enxergamos. Pisamos nos pés de quem está ao nosso lado e, sequer, levantamos os olhos para pedir desculpa. Muitas vezes apressamos ainda mais o passo. Isso, não só na rua, no dia a dia da vida agita que levamos. No trabalho, na escola e, pasmem, até mesmo em casa. Muitos companheiros de jornada trabalham ao nosso lado, vivem fazendo-nos favor de limpar o chão que pisamos, lavar os sanitários que usamos, prepara o alimento que sacia a nossa fome e, sequer ofertamos um sorriso, um olhar, uma palavra de alegria e enaltecimento. Sabe aquele “boy” que traz as folhas para a impressora? Aquele que recolhe as correspondências e avisos de outros setores? Ou aquela moça que atende ao telefone, que nos recepciona de manhã, que olha em nossos olhos e não enxergamos? Eles mesmos estão ao nosso lado e não os notamos. Só prestamos atenção naquilo que nos interessa. Os colegas que temos rixa e os chefes que temos que puxar o “saco” para continuarmos subindo. Temos o péssimo defeito de galgarmos postos superiores e esquecermos dos companheiros de jornada, de agradecer o tempo de convívio, de voltar a conversar. Não! Não posso ficar conversando com subalterno. O que pensarão de mim? Simplesmente pensarão que a pessoa certa chegou ao lugar que merece. Ninguém leva nada quando deixa a vida, a não ser o que de bom plantou, as frases que deixou e a saudade nos corações amigos e fraternos.
 
Radialista e jornalista
 
Gregório José - 8817-8845

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