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sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Matéria Especial

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Equipes de Saúde da Família são ponto forte na atenção primária

Trabalhar com a prevenção é a melhor forma para evitar doenças e promover a saúde. Segundo dados do Ministério da Saúde, a atenção primária resolve até 80% desses problemas. Para isso, a população de Uberlândia conta com unidades básicas de saúde da família (UBSF) em todas as regiões do município, inclusive na zona rural. O serviço é custeado com base no regime tripartite, pela qual são investidos recursos das três esferas (município, estado e união).
As UBSF são a porta de entrada do paciente na rede municipal. Ao passo em que o poder público reforça esses equipamentos e os cidadãos passam a utilizá-los com mais frequência, o atendimento nas Unidades de Atendimento Integrado (UAIs) foca no acolhimento ambulatorial. Em média, cada equipe atende de três a quatro mil pessoas ao mês, inclusive nas residências, no caso das pessoas impossibilitadas de se deslocar até a unidade.
O vínculo mais próximo com o paciente e a facilidade na marcação de consultas são características dessas unidades. Para a autônoma Kraíne Gonzaga Martins, 20 anos, são pontos fundamentais para um bom atendimento. Ela é gestante e aguarda mais dois meses para dar à luz o primeiro filho. “Faço o pré-natal na unidade e é mais tranquilo, pois a atenção é mais próxima e a consulta não é apressada. Como é meu primeiro filho, antes eu estava com medo por não saber como cuidar. Mas os profissionais me ensinaram como amamentar, segurar a criança e os cuidados básicos”, conta a paciente que vai regularmente à UBSF do bairro Lagoinha, na zona sul da cidade.
A enfermeira coordenadora da mesma unidade, Patrícia Aparecida da Silva, explica que a marcação de consultas acontece em prazo máximo de 15 dias. A triagem é feita pelo protocolo de Manchester, método que auxilia os profissionais da saúde a classificar o risco de cada paciente por níveis de urgência e emergência. “A partir dele podemos encaminhar o paciente direto para a UAI ou então trazê-lo para uma consulta na própria UBSF. Também fazemos a busca ativa para identificar os pacientes que precisam de cuidados”, diz.
Mesmo morando perto da unidade, muitos moradores deixam para procurar atendimento apenas quando a doença se agrava. Por isso, Patrícia da Silva alerta para a necessidade do auto-cuidado. “Muitas vezes as pessoas são resistentes à prevenção. É preciso se preocupar com o auto-cuidado e procurar uma unidade antes que a situação se agrave. Aqui sempre há vagas para consulta. Ninguém fica sem atendimento”, destaca.
Quanto aos faltosos, um agente de saúde ligado à unidade procura os pacientes para entender o motivo da ausência na consulta e, inclusive, fazer a remarcação da mesma. Esse cuidado tem sido responsável, no caso das gestantes pela redução da mortalidade infantil no município. Em 2011 o coeficiente era de 10,6 para mil nascidos vivos. Já em 2012, esse índice é de 8,5 por mil nascidos vivos. No caso de crianças filhas de adolescentes, o índice em 2010 era de 25%. Em 2012, esse número reduziu para 13%.
            Entre os principais atendimentos da UBSF do bairro Lagoinha estão os cuidados com a hipertensão, puericultura (desenvolvimento infantil) e pré-natal. No cadastro existem 517 pacientes hipertensos e outros 120 diabéticos que têm a unidade como referência. Para a prevenção, além do atendimento usual, as unidades executam um trabalho multidisciplinar resultante da diversidade de profissionais que formam as equipes. Todos exercem um trabalho voltado aos cuidados médicos e educação em saúde, fortalecido pelos grupos de orientação para gestantes, hipertensos, diabéticos e saúde mental, além da sala de espera para informações sobre tuberculose.


Ampliação das equipes

Neste mês, a prefeitura inaugurou mais uma unidade, dessa vez no bairro Jardim Brasília, e aumentou o número de equipes de saúde da família. Agora Uberlândia conta com 59 equipes, sendo que as 12 novas ainda passarão por treinamento nas próximas semanas antes de atuar efetivamente no atendimento. Com o número de profissionais anterior, 63 mil atendimentos foram realizados por mês. De janeiro a outubro deste ano foram feitas mais de 492 mil visitas em domicílio e 224 mil consultas com médicos de saúde da família.
As equipes mínimas são formadas por médico de família e comunidade, ou médico generalista, enfermeiro, técnico ou auxiliar de enfermagem e agente comunitário de saúde. Em Uberlândia, todas as equipes também contam com técnico administrativo, psicólogo e assistente social.
“Na UBSF temos contato várias vezes com o paciente, com a possibilidade de encontrá-lo em uma consulta, visita domiciliar ou em um procedimento na unidade. Preenchemos informações desse paciente e com o acompanhamento multiprofissional temos uma percepção mais ampla sobre ele. Trocamos informações sobre esse paciente e isso enriquece a propedêutica clínica”, observa a médica de família e comunidade, Natália Madureira Ferreira, que atua na UBSF do bairro Jardim Célia, na zona oeste da cidade.
 Nesta unidade, existe uma abrangência de 2.050 pacientes e todos têm uma recepção diferenciada em relação ao acolhimento de um ambulatório de clínica médica. “É diferente a forma como o paciente se comporta. Como ele tem acesso aos profissionais com mais facilidade e maior frequência, isso faz com que ele se sinta mais acolhido e, principalmente, como um integrante da equipe. A UBSF permite que o atendimento não se vincule apenas ao paciente, mas também à família, à comunidade e ao território como um todo”, finaliza a médica.

 Fillipe Alves

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