Translate

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

ESPECIAL CARNAVAL

ESPECIAL CARNAVAL

Acadêmicos do Samba faz uma viagem ao reino das borboletas

            Fundada em 1981, a escola Acadêmicos do Samba revolucionou o carnaval de Uberlândia. Com as cores amarelo e preto, a Acadêmicos traz como mascote o Tucano. Com aproximadamente 500 componentes, a escola será a terceira e entrar na avenida com o enredo “Uma Viagem ao Reino das Borboletas - Borboletar é Preciso”.
            O tema trata da metamorfose da borboleta, desde a larva passando pelo casulo até o despertar, e a sua liberdade para voar. “Isso na vida representa o resgate das pessoas, a queda de preconceitos e barreiras. Precisamos aprender a valorizar o outro independente das escolhas que ele faz”, explica a diretora Antônia Aparecida Rosa.
            A escola foi a primeira a abrir espaço para os grupos homossexuais formarem suas alas e desfilarem na Passarela do Samba sem qualquer preconceito. Muitos foliões do grupo apresentam fantasias e alegorias luxuosas e são destaques. Outra transformação é a presença do mestre Capela que surgiu através de grupo popular.

Novos componentes

            Com tantas lutas em prol de uma sociedade mais humanizada e que aprenda a conviver com o que é “diferente”, a escola Acadêmicos tem, para o carnaval deste ano, a presença maciça do grupo Shama. “Eles terão destaques diferenciados e com representações culturais do Oriente e Ocidente. Muito colorido, muita animação. Mesmo com algumas dificuldades de espaço físico para os ensaios, a garra da Acadêmicos não desfalece nunca”, disse Antônia.
            Por seis vezes o Grêmio Recreativo Acadêmicos do Samba foi vencedor do carnaval de Uberlândia e a diretoria está otimista para este ano. As fantasias são criações de dois carnavalescos: Choquito e Milton, mas segundo eles, o segredo é a chave do sucesso. Como já é de se esperar, ninguém quer abrir o baú dos barracões onde as fantasias, as alegorias, o encanto das escolas, estão recebendo os últimos retoques.
            Para aguçar ainda mais o público, Antônia Rosa deixa escapulir um pouco do mistério. “Teremos um grito de guerra em que temos a certeza de levantar as arquibancadas. Vai ser uma explosão, mas falar sobre ele, nem pensar, nem sob tortura”, brincou ela. A escola tem como base a comunidade dos bairros Santa Mônica, Tibery e agora também o Planalto.
História

            Na época em que a Acadêmicos foi fundada houve uma mobilização de um grupo de brancos: Rafi Chacur, Ari de Castro Santos, Vitor “Alfaiate”, Marlene Crosara, Lauro Moreira, Carlão, Antônio “Papudo” e Xexéu, entre outros. De acordo com os relatos dos antigos e atuais diretores, essa foi uma forma que esse grupo encontrou para desmistificar a crença de que carnaval era apenas destinado aos negros e de certa forma quebrar paradigmas na sociedade.
            Para o presidente de honra da Acadêmicos, Mário Antônio, esse primeiro momento foi um divisor de águas para a comunidade porque o carnaval é uma festa popular e deve ser comemorada por todos. Considerada uma das escolas mais jovens de Uberlândia, foi campeã pela primeira vez em 1986, com o enredo "Sobre a cidade de Uberlândia".
            A Acadêmicos também já recebeu títulos consecutivos. Ela foi tetra-campeã em 1986-1987-1988-1989. Em 1992, a agremiação amarelo e preto leva para avenida o enredo "Lenda do Tucano Dourado" e se consagra campeã do carnaval arrebatando nota máxima em todos os quesitos. A escola só voltaria ganhar o primeiro lugar do carnaval somente no ano de 2001, quando apresenta o enredo “Astro Rei”. Em 2002, com o carnavalesco Jorge Lagarretta, mostra o enredo “Vim Gostei Fiquei. Festa na aldeia Brasil”, que garante o bi-campeonato.



Cássia Bomfim
Cultura

Nenhum comentário:

Postar um comentário