Prefeitura faz doação de peixes a pequenos produtores
A Prefeitura de Uberlândia, por meio da Secretaria Municipal de Agropecuária e Abastecimento (SMAAB), está fazendo a doação de peixes para pequenos produtores. A reprodução dos peixes foi reativada a partir de outubro de 2013, depois de ficar paralisada por quase 10 anos.
De acordo com Gibisson Pires, assessor da Secretaria Municipal de Agropecuária e Abastecimento, o trabalho, feito no setor de piscicultura no Parque do Sabiá, abrange duas áreas. A primeira é a área de educação ambiental, onde o laboratório é utilizado para reproduzir espécies nativas da bacia para depois fazer o peixamento de rios e represas. O próximo peixamento está previsto para fevereiro, com a soltura de 5 mil pacu-caranha na represa Capim Branco I.
A segunda área é a de segurança alimentar em que os peixes produzidos são híbridos, como o tambacu, tambaqui e a carpa. “Esses peixes são produzidos em laboratório e distribuídos para pequenos produtores. Dessa forma, eles podem produzir em pequena escala para seu consumo próprio. Os peixes são uma grande fonte de proteína”, diz Gibisson. Segundo o assessor, o peixe híbrido é resultado de espécies diferentes, ele não se reproduz naturalmente, não faz parte da bacia da região e não pode ser colocado nos rios, pois serão possíveis predadores das espécies nativas. Por isso é indicado apenas para o consumo dos pequenos produtores. Esses produtores são orientados sobre cuidados com alevinos e tratamento em caso de doenças, com a visitação da equipe de agropecuária quando solicitada.
Para o produtor Valdo Alves Rodrigues, os peixes doados pelo setor de produção da agropecuária vão auxiliar o seu consumo interno. “Eu produzo banana e leite, e os peixes vão ser para o gasto. Eu comprei pacu-caranha e pintado, agora estou vindo buscar as carpas doadas pela Prefeitura”, comenta o produtor que tem um tanque de 10m x 80m na região perto da Tenda dos Morenos.
O aquário do Parque do Sabiá é gerenciado pela Secretaria Municipal de Agropecuária e Abastecimento e tem como técnico de produção de alevinos Adair Divino da Costa. “Temos atualmente 20 espécies com matrizes que são tratadas para a reprodução. Cada matriz é escolhida nos tanques para reproduzirem. É colocado um reagente estimulador de ovulação e a fêmea recebe uma pequena sutura no órgão genital, para não soltar os óvulos antes da fecundação, que será feita de forma externa com aplicação do sêmen em tangue separado”, explica o técnico.
Adair lembra que a reprodução dos peixes da região é feita apenas na época de piracema, ou seja, de outubro a fevereiro. “Nós fazemos também a reprodução dos peixes exóticos mas é para atender apenas o aquário”, diz o técnico comentando que, por exemplo, a carpa e o tambacu são para atender o produtor rural. Adair faz um alerta aos visitantes do aquário para se atentarem ao aviso estampado na placa pedindo para evitar batidas nos recipientes. “A placa pedindo para não baterem no aquário é devido a preservação da saúde dos peixes, que se expostos a esse barulho ficam estressados e adoecem ou podem levá-los à morte”.
O técnico disse ainda que é feito um trabalho especial de preservação de alevinos que estão em extinção, como o dourado e piracanjuba. A previsão é que a reprodução desses peixes seja concluída dentro de dois anos.
Teresa Cristina
08/01/2015
Agropecuária e Abastecimento
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